quinta-feira, 25 de março de 2010

Diario Político

Futuro incerto

Se Jarbas Vasconcelos (PMDB) não tivesse tido a coragem de romper com Miguel Arraes em 1992, ele não teria sido governador do estado em 1998. Teria ficado à sombra do ex-governador. Pois bem, a partir da absolvição ontem de Humberto Costa no processo da máfia dos vampiros, João Paulo terá mais dificuldades ainda para disputar qualquer eleição majoritária pelo PT. De imediato, diminuem as chances de o ex-prefeito concorrer a uma das vagas do Senado na chapa de Eduardo, lugar que o PT estadual quer para sua maior liderança, que é Humberto. A médio prazo, são remotas as possibilidades de João Paulo voltar a disputar a Prefeitura do Recife em 2012, posto que o PT de Humberto já fechou com a candidatura à reeleição do prefeito João da Costa. E, por fim, o sonho de João Paulo em ser candidato ao governo do estado em 2014 fica mais distante ainda. Humberto Costa, seguramente, não vai abrir mão desta candidatura daqui a quatro anos. Como já disse esta coluna, caso João Paulo não tenha coragem de tomar outro rumo, fora do PT, perpetuará a sua condição de coadjuvante de luxo dentro da legenda, e dependendo sempre de uma concessão de Humberto. Sem o controle do partido, que está mais do que nunca nas mãos de Humberto, o ex-prefeito João Paulo não vai mais para lugar nenhum, embora seja a liderança petista com maior popularidade no estado. E, se nos oito anos que passou na Prefeitura do Recife, João Paulo não conseguiu o controle do partido, não será agora, na planície, que conseguirá este feito, e ainda mais rompido com o prefeito João da Costa. Daqui pra frente, caso o governador Eduardo Campos (PSB) não convoque João Paulo para ser um dos candidatos ao Senado, o ex-prefeito poderá amargar um declínio político, até porque, dentro do PT estadual, outras lideranças, a exemplo do deputado federal Maurício Rands, estão se credenciando a cada pleito para saltos maiores, tornando assim mais estreitos os caminhos de João Paulo dentro do partido. Por enquanto, a arma de João Paulo para encontrar a saída deste labirinto petistaé a paciência. E o ex-prefeito deve estar ancorado numa única possibilidade: se Jarbas for candidato ao governo do estado, Eduardo, como coordenador do processo sucessório, pode querer que ex-prefeito integre sua chapa como candidato ao Senado.

Profissional // Seguindo o caminho inverso do ex-prefeito João Paulo (PT), que entrou de forma meio amadora no Twitter, o secretário Humberto Costa (PT) optou pelo caminho profissional na rede social. Passou o dia de ontem retransmitindo mensagens de apoio por causa do julgamento no Tribunal Regional Federal.

Convalescendo // De quarentena, por conta da cirurgia no nariz a que se submete hoje, o ex-prefeito João Paulo só tem compromisso oficial no dia 5 de abril, quando se reúne com o grupo petista que integra a tendência Mensagem ao Partido, no estado. O ex-prefeito passará 30 dias sem poder viajar de avião.

Tucano democrata // Há uma discussão que está dividindo ao meio o DEM nacional: uma eventual fusão com o PSDB, em caso de vitória de José Serra nas eleições presidenciais. Não é tarefa fácil arrumar isso nos estados. Basta dar uma olhada em Pernambuco, com Sérgio Guerra e Mendonça Filho numa relação de mais "tapas" do que "beijos".

Sem aperreio // Engana-se quem pensa que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) vive dias angustiados por causa da pressão para disputar o governo do estado.Quem convive com o senador garante que ele está tranquilo. A viagem para a Tailândia foi mais uma forma de relaxar ainda mais para a hora do "sim". Ou para a hora do "não".

Poder // O que se ouve no Palácio das Princesas: "o deputado Inocêncio Oliveira (PR) tem poder porque tem votos. Emplacou o nome de Eugênio Moraes, diretor do DER, para a Secretaria dos Transportes, em substituição a Sebastião Oliveira". Na terça-feira, após reunião com o deputado, o governador Eduardo Campos confirmou o nome de Eugênio a alguns auxiliares.

Contra // O deputado estadual Sérgio Leite (PT) foi o único parlamentar que votou contra o projeto de lei de autoria do governo, que redefine a estrutura de remuneração da Polícia Civil. "O projeto tem um grande equívoco, gratificando apenas os iniciantes, deixando de fora a maior parte da categoria. E isso é um desestímulo para a Polícia Civil", desabafou.

Só três estudantes da terra

Os deputados Geraldo Coelho, Terezinha Nunes, Isabel Cristina e Raimundo Pimentel se revesaram na tribuna da Assembleia criticando a adoção do Enem pela Universidade do São Francisco - Univasf. O debate se deu pelo fato de apenas tres estudantes do São Francisco terem sido classificados no vestibular de Medicina da instituição. Todos os demais classificados são oriundos de outras regiões e estados e aproveitados a partir da classificação que obtiveram no Enem. Há até gente de São Paulo. Os deputados defenderam uma mudança no sistema do Enem ou então que a Univasf faça como a UPE que não adotou ainda o Enem por não estar segura de que este é o melhor caminho para atender aos estudantes pernambucanos.

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