quinta-feira, 25 de março de 2010

Garanhuns ganhará curso de medicina

Após fechamento da Fameg, UPE pretende oferecer a graduação em seu campus. Vestibular seria no segundo semestre

Localizada a 230 quilômetros do Recife, Garanhuns deve ser a segunda cidade polo do interior a voltar a ter uma Faculdade de Medicina no estado. Falta pouco para o projeto sair do papel e virar uma realidade.

O novo curso deve funcionar no campus da Universidade de Pernambuco (UPE) do Agreste e vai suprir uma lacuna deixada pela Fameg, antiga faculdade de medicina do município que fechou as portas no início de 2009 por não ter autorização do MEC para funcionar. O investimento está orçado em cerca de R$ 70 milhões, oriundos do governo do estado e de emendas de bancada (verbas destinadas pelos deputados federais de Pernambuco à instituição). A expectativa é de que, no próximo semestre, já se realize o primeiro vestibular. Esse é mais um passo para consolidar o estado como um dos polos de medicina no país. No último vestibular, que teve a nota do Enem, Pernambuco apareceu em quarto lugar entre os destinos escolhidos pelos universitários de todo o país, especialmente em função do curso em Petrolina, da UFPE.

"Pelo nosso projeto, pretendemos ampliar o campus atual e concentrar todos os cursos"
Carlos calado, reitor da UPE

O projeto para garanhuns foi discutido, ontem, em Brasília, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, pelo governador Eduardo Campos (PSB) e pelo reitor da UPE, Carlos Calado. A reunião ainda contou com a presença do deputado federal Fernando Ferro (PT), que é natural de Garanhuns e também destinou uma emenda de R$ 2,2 milhões para que a ideia saísse do papel. Ao todo, R$ 36 milhões serão de emendas parlamentares e mais R$ 36 milhões dos cofres do estado. O campus da UPE em Garanhuns já oferece os cursos de ciências biológicas, história, geografia, informática, letras, matemática, pegdagogia e psicologia.

A proposta da nova graduação será apresentada por Calado ao MEC e, se for aprovada, tem recursos alocados em orçamento e confirmados por Haddad na tarde de ontem. "Estamos fechando o projeto para encaminhá-lo ao MEC. Ele é bastante pertinente e garante a interiorização do conhecimento", destacou Carlos Calado. "Não achamos interessante usar as dependências da Fameg, porque queremos concentrar todos os cursosno campus. Seria ruim dividi-lo e mais oneroso. Pelo nosso projeto, que foi aprovado pelo governador, pretendemos ampliar o campus atual", acrescentou.

Ainda segundo o reitor da UPE, se tudo der certo, o novo curso em Garanhuns abrirá 40 vagas para estudantes, o que contribui para reduzir o déficit de médicos no estado. Nos anos 80, por exemplo, formavam-se 400 médicos em duas universidades (a UPE e a UFPE). Atualmente, a média é de 300, embora a população tenha aumentado. "Não temos 100% de certeza de que tudo vai dar certo. Mas temos um compromisso forte nesse sentido. Vamos viabilizar as condições e os recursos. O governo quer assegurar pessoal, custeio e as contrapartidas necessárias", declarou.

De acordo com o deputado Fernando Ferro, a outra boa notícia para cidade de Garanhuns é a possibilidade de o novo curso absorver os alunos de ciências médicas da Fameg, já que eles tiveram as aulas suspensas pela Justiça Federal em 22 de abril do ano passado. Isso aconteceu porque a juíza federal Amanda GonçalvesStoppa entendeu que, para funcionar, a Fameg precisava ser autorizada, credenciada, reconhecida e supervisionada pela união, o que não tinha acontecido. "O governador solicitou um estudo para que esses alunos fossem incorporados ao novo curso. É desejo dele devolver aqueles jovens o direito de frequentar a universidade", destacou, ratificando as informações do reitor.

"O objetivo é aumentar o número de médicos formados, interiorizando a oferta de ensino superior e garantido educação de qualidade para os jovens da cidade e da região. Já vi muitas pessoas desistirem de seguir em frente nos estudos, por conta da distância com o meio familiar e social", completou Ferro.

Diario de Pernambuco

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