sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Valorização do real é nociva para a economia, afirma presidente do BNDES

São Paulo – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje (22) que a valorização do real ante o dólar é nociva para a economia brasileira. Segundo ele, medidas precisam ser tomadas para evitar que o real valorizado reduza a competitividade de empresas nacionais no mercado internacional.

“A apreciação da taxa de câmbio é nociva”, disse Coutinho, durante um evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Não podemos ser ingênuos. Temos que proteger a competitividade das empresas e a geração de empregos no Brasil.”

Segundo ele, essa valorização da moeda nacional é, em parte, causada por uma “guerra cambial”. Neste contexto, certos países tentam proteger suas indústrias reduzindo o valor da moeda local no mercado externo, facilitando, assim, a exportação de suas empresas.

Coutinho disse que o governo brasileiro está atento a esses movimentos e não concorda com eles. “Se todo mundo usar essas medidas, será ruim para todos”, complementou.

O presidente do BNDES afirmou que esse problema também já foi constatado por governos de outros países e está sendo debatido em uma reunião de ministros do G20 iniciada hoje, na Coreia do Sul. Coutinho espera que o encontro entre representantes dos 20 países mais influentes economicamente do mundo, incluindo o Brasil, aponte soluções para a questão. “Eu espero que os resultados no G20 sejam de avanço.”

Ele afirmou ainda que o Brasil também precisa proteger sua indústria de práticas desleais de competição adotadas em alguns países, porém não disse quais são essas medidas. Segundo Luciano Coutinho, alguns setores da indústria nacional estão perdendo mercado, pois seus concorrentes estrangeiros vendem os mesmo produtos com preços artificialmente mais baixos.

“Em alguns segmentos estão aparecendo importações com indícios de prática desleal, principalmente, no setor de equipamentos”, afirmou ele. “Isso requer medidas de defesa comercial típicas, tudo no âmbito da OMC [Organização Mundial do Comércio].”
Vinicius KonchinskiRepórter da Agência Brasil

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