terça-feira, 4 de maio de 2010

Vendas de veículos caem 21,4%, mas resultado é recorde para abril

Quadrimestre também é recorde com 1,066 milhão de unidades emplacadas.
Segmento de motocicletas ainda passa por dificuldades de recuperação.

O primeiro mês de vendas sem a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os preços dos veículos registrou queda de 21,45% no volume negociado pelas concessionárias de veículos novos. Ao todo, foram emplacadas em abril 277.859 unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em março haviam sido emplacadas 353.735 unidades.

O resultado já era esperado pelo setor devido à antecipação de vendas que ocorreu em março, último mês do benefício. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (4) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). “O número de dias úteis foi menor, nisto perdemos a venda de 40 mil carros”, afirma o presidente da entidade, Sergio Reze. “Esses picos de vendas, como aconteceu com o fim do IPI, mascaram os números de desempenho. Preferimos um mercado com crescimento menor, mas constante, ao invés de ter picos de vendas”, acrescentou.

Apesar da redução de volumes, para um mês de abril o número é recorde. O último abril com resultado histórico de vendas foi em 2008, quando haviam sido emplacadas 261.246 unidades. O que justifica o resultado acima desse volume são a continuidade da cobrança de preços ainda com desconto do IPI , devido aos estoques nas concessionárias, e o licenciamento em abril dos carros comprados no final de março. Os dados da Fenabrave levam em conta o registro do Renavam.

Apesar desses fatores, os números confirmam o crescimento sustentável do setor, que continua impulsionado pelo mercado interno. O consumo de veículos no Brasil é estimulado pela disponibilidade de crédito, aumento da renda e a confiança do consumidor na estabilidade econômica do país.

No acumulado de janeiro a abril, as vendas somam 1,066 milhão de unidades, resultado 18% superior ao visto no mesmo período de 2009, que chegou a ser afetado pela crise financeira mundial. O volume representa mais um recorde – o melhor quadrimestre era o de 2008, com 909,2 mil veículos.

Automóveis e comerciais leves

Ao destacar as vendas de automóveis e comerciais leves, foram emplacadas 261.922 unidades. O resultado está 22,37% abaixo do observado em março, quando foram emplacadas 337.378 unidades. No acumulado, as vendas de carros somam 1,012 milhão de unidades.

Caminhões

No mês de abril o único segmento que registrou alta em relação a março foi o de caminhões, com diferença de 0,91%. Ao todo foram emplacados 13.596 caminhões no mês passado, contra as 13.473 unidades registradas em março. De janeiro a abril, o segmento registrou alta de 2,71 em relação ao mesmo período de 2009, de 29.662 unidades para 44.685.

O segmento de veículos comerciais é um termômetro da economia brasileira, pois ele reflete a necessidade de investimentos para o transporte de mercadorias e aplicações de serviços, como no caso da construção civil.

“Por causa da economia, o segmento de caminhões vai ter um desempenho magnífico. Ele continuará crescendo”, disse Reze.

Ônibus

Com comportamento diferenciado por ser sazonal, o segmento de ônibus registrou queda de 18,83% em abril, para 2.341 unidades. No acumulado, o segmento registra alta de 37,55%, com o total de 8.758 unidades vendidas.

Motocicletas

Apesar dos incentivos em crédito bancário, o segmento de motocicletas ainda mostra uma recuperação “sofrida”. Em abril, foram emplacadas 143.013 motos, queda de 12,44% em relação a março, quando haviam sido emplacadas 163.333 unidades. De janeiro a abril foram comercializadas 548,7 mil unidades. O total é 10,49% superior ao volume registrado no mesmo período de 2009.

Por enquanto, o maior problema do segmento continua sendo a aprovação do cadastro do consumidor de motos para ter acesso ao crédito bancário, apesar de, segundo a Fenabrave, já ter melhorado. No entanto, Sergio Reze afirma que o segmento vai se recuperar fortemente neste ano.

Ranking das montadoras

No acumulado até abril, a Fiat lidera as vendas de automóveis e comerciais leves, com 22,36% de participação no mercado brasileiro. O segundo lugar ficou para a Volkswagen, com 20,46%, seguida da General Motors, com 20,41% de participação. A Ford ficou em quarto lugar (10,83%), seguida da Renault (4,6%), Honda (3,97%), Hyundai (3,41%), Toyota (3,02%), Peugeot (2,72%) e Citroën (2,45%).

Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo

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