quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pernambuco tem primeiro Museu de Ciências Nucleares do Nordeste

Qual imagem ou conceito aparece em sua cabeça quando você pensa sobre a energia nuclear? Se for algo relativo aos perigos e danos desta fonte, você precisa visitar o Museu de Ciências Nucleares, primeiro do Brasil, que foi inaugurado na tarde desta quinta-feira no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O local, que será aberto à visitação pública gratuitamente a partir da segunda quinzena de junho, tem o objetivo de difundir e socializar o conhecimento científico sobre as aplicações deste tipo específico de energia na medicina, indústria, agricultura, preservação do meio ambiente e geração de eletricidade.

“O museu é fruto de um esforço e um sonho de mais de dez anos. Sempre fomos procurados por alunos das escolas de Pernambuco para desmistificar a área nuclear e eu percebi que não tínhamos recursos satisfatórios para isto. Faltava uma linguagem moderna e objetos ou maquetes para demonstrações mais efetivas. Daí tive a idéia de construir este museu”, explicou a coordenadora do local, Helen Khoury. Segundo ela, antes da realização do sonho, vários problemas precisaram ser superados como limitações orçamentárias, falta de infra-estrutura e segurança da instalação e do acervo.

Com doações e a ajuda de praticamente todos os alunos da pós-graduação do Departamento de Energia Nuclear (DEN), aos poucos, o museu foi sendo montado. “Começamos a fazer maquetes, depois painéis. Ganhamos algumas replicas e equipamentos de empresas parceiras e com o esforço da universidade, hoje, podemos inaugurar este espaço”, completou Helen. E além do caráter expositório, o Museu poderá também contribuir para a melhoria e modernização do ensino de ciências, atualizando e aperfeiçoando docentes da rede pública e professores em formação através de cursos de extensão. “É um espaço de interação, conhecimento e entretenimento”.

O aluno do doutorado do DEN e colaborador do museu Sérgio Torres, era um dos mais entusiasmados com o lançamento. “O conhecimento de energia nuclear que as pessoas têm é muito distorcido. Aqui, não vamos falar sobre bombas. A bomba foi apenas uma aplicação desse tipo de energia e com certeza todos os avanços que obtivemos com esta fonte superam os danos causados pelo seu mau uso”, afirmou. Entre os destaques do espaço, Sérgio ressalta os exemplos de usos da radiação na indústria, fato que ocorre também no Brasil. “Os irradiadores industriais cada vez estão sendo mais utilizados aqui, servindo para submeter materiais à radiação, exterminando microorganismo, como na esterilização e conservação de materiais cirúrgicos, remédios, alimentos, peças de valor histórico, etc”.

Evento - A cerimônia de lançamento desta tarde terminou às 17h e contou ainda com presenças ilustres como o reitor da UFPE, professor Amaro Lins, o diretor do Centro de Tecnologia e Geociências, professor Edmilson Lima e o chefe do Departamento de Energia Nuclear, professor Rômulo Menezes. O ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Sergio Rezende, não pode comparecer ao evento, mas foi representado pelo coordenador-geral da Representação Regional do MCT Ivan Fittipaldi.

Ficou curioso? Então agende uma visita. O número é o 2126.8708.

Por Thatiana Pimentel para o DIARODEPERNAMBUCO.COM.BR

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