sexta-feira, 28 de maio de 2010

Brasileiro sequestrado na África passa bem e recebe proteção policial

Casa que serviu de cativeiro do brasileiro
Executivo viajou a negócios e foi vítima de golpe, diz polícia.
Autoridades querem interrogá-lo para acabar com quadrilha de nigerianos

O brasileiro Osmar Pereira, que foi sequestrado e torturado na África do Sul, está sob proteção policial na cidade de Joanesburgo. Nesta sexta-feira (28), a embaixada do Brasil no país, com sede em Petrória, se manifestou sobre o caso do empresário paraense de 58 anos que ficou por 48 horas refém de uma quadrilha de nigerianos.

Vítima de um golpe, Pereira foi sequestrado na última terça-feira (25). Ele cruzou o Oceano Atlântico para fechar um suposto negócio milionário. Os africanos ofereceram US$ 4 milhões (equivalente a R$ 7,3 milhões) pela compra de portas de madeira para a reconstrução do Iraque.

O valor oferecido, de acordo com o embaixador José Vicente Pimentel, costuma ser o dobro do preço de mercado. Executivo da empresa Terra Industrial S.A., Osmar viajou para bater o martelo na negociação. Ao chegar ao aeroporto internacional OR Tambo, em Joanesburgo, foi colocado num carro e só então percebeu que tinha sido enganado.

Após dois dias no cativeiro e sem conseguir convencer a empresa de Pereira a pagar o resgate, os nigerianos o torturaram com ferro de passar roupa quente. A polícia especial sul-africana – Hawkes – só conseguiu descobrir o sequestro e libertá-lo graças a um sul-coreano que tinha caído no mesmo golpe e ficado na mesma casa, no bairro de Kensington

Ferido, Pereira precisou ser hospitalizado, mas recebeu alta e descansa em um hotel. Ele não pode dar entrevista e está sob cuidado policial.

“Há 20 anos que eu ouço falar desse tipo de golpe. Eles oferecem o dobro do preço de mercado e de cada dez tentativas de negociação, dois caem”, diz José Vicente Pimentel. "Fizemos uma cartilha para os brasileiros que irão à Copa do Mundo viajarem tranquilos."

Ainda de acordo com o embaixador, Osmar Pereira está bem de saúde e emocionalmente. Porém, ele ainda não voltará para o Brasil. As autoridades locais querem interrogá-lo para tentar desmanchar a quadrilha. Seis nigerianos foram presos, mas os policiais acreditam que o grupo seja muito maior.

Sem relação com a Copa


A 14 dias do início da Copa do Mundo, o embaixador brasileiro faz questão de ressaltar que este é um tipo de crime que não tem qualquer relação com o Mundial. A prática, chamada de “419scam” pelos africanos, é um golpe comum praticado pelos nigerianos em diversos países do continente. A África do Sul espera receber entre 200 e 350 mil visitantes durante a competição que vai de 11 de junho a 11 de julho.


Felipe Awi Do SporTV, em Pretória

1 comentários:

Anônimo disse...

porque não divulgaram as fotos dos criminosos?

28 de maio de 2010 às 20:52

Postar um comentário