terça-feira, 27 de abril de 2010

Senador alvo de ataque no Paraguai diz que sua vida vale US$ 300 mil

Robert Acevedo disse que escapou 'por milagre' em Pedro Juan Caballero.
Dois brasileiros foram presos sob suspeita de envolvimento no ataque.

O senador paraguaio Robert Acevedo, vítima de um atentado que matou dois de seus guarda-costas na véspera, acusou nesta terça-feira (27) traficantes de drogas com ligações internacionais pelo ataque.

O atentado ocorreu em Pedro Juan Caballero, próximo à fronteira com o Brasil. Em entrevista ao G1 por telefone, o chefe da polícia da região de Pedro Juan Caballero confirmou a detenção de dois brasileiros suspeitos do crime. De acordo com Francisco González, os detidos são Eduardo da Silva, de 27 anos, e Nevaílton Marcos Cordeiro, de 34. Eles teriam antecedentes criminais no Brasil e estavam ilegais no Paraguai.

Acevedo disse que sobreviveu por milagre. Segundo ele, a "máfia do narcotráfico" ordenou o ataque, em que morreram seu guarda-costas Richard Martínez e seu motorista, Floriano Alonso. Em entrevista ao 'Jornal Hoje', o senador disse que os assassinos de aluguel teriam vindo do Brasil.

O senador, do Partido Liberal Radical Autêntico, recebeu um tiro no braço e outro, de raspão, na cabeça, e recupera-se em um hospital de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com a cidade brasileira de Ponta Porã. Ele não corre risco de morrer.

Ele disse que sua cabeça vale US$ 300 mil para os traficantes. Também afirmou que, assim que se recuperou, vai abandonar a região.

"Se quero continuar vivo, tenho de deixar a cidade. Aqui, essas coisas vão continuar. Estamos parecendo cidades mexicanas como Tijuana ou Juárez", disse.

A polícia informou que o carro do senador foi emborcado em uma movimentada avenida da cidade, por atacantes em dois carros. Eles metralharam o carro do senador com pelo menos 50 tiros e logo depois fugiram.

Acevedo estava no banco do passageiro na frente. Ele conseguiu fugir durante o tiroteio e, ajudado por um motociclista, foi levado a um hospital próximo.

O senador é irmão de José Acevedo, atual prefeito de Pedro Juan Cavallero.

A região norte do Paraguai está em estado de exceção desde a semana passada, por 30 dias por conta da ação do Exército do Povo Paraguaio (EPP), acusados de serem responsáveis por sequestros e assassinatos na zona limítrofe com a Bolívia e o Brasil. O estado de exceção vale para cinco departamentos.
Do G1, com agências internacionais

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