Sport vence o Santa Cruz por 2 x 0

Sport vence o Santa Cruz por 2 x 0

O Santa Cruz entrou em campo disposto a acabar com a invencibilidade do Sport. A vontade era repetir o feito de 1999, quando os corais acabaram com a série de 49 partidas sem derrota do Leão no Estadual. Desta vez não deu certo. A festa é dos rubro-negros, que apresentaram uma superioridade técnica no Clássico das Multidões e aumentaram a marca invicta para 45 jogos. Com Ciro e Eduardo Ramos - as suas duas principais peças - brilhando, o Sport venceu por 2 x 0, na Ilha do Retiro, na tarde deste domingo e aumentou a vantagem na liderança do Pernambucano para 10 pontos sobre o vice-líder (44 x 34).

Classificado à semifinal, o Sport foca agora a Copa do Brasil, já que na quarta-feira o time vai enfrentar o Paraná na Ilha, pelo jogo de volta (1 x 1 em Curitiba). O Santa, por sua vez, caiu para o 3º lugar, e também volta a jogar na Copa do Brasil, contra o Botafogo (vitória carioca por 1 x 0 no primeiro confronto), na quinta.

Jogo - Aos 3 min, Dutra foi derrubado perto da linha de fundo, pelo lado esquerdo. Eduardo Ramos cobrou falta pelo lado esquerdo, mas Tutti espalmou. A primeira chance real de gol, porém, foi do lado coral, um minuto depois. César derrubou Joelson na meia-lua. Uma falta perigosíssima. Edson Miolo bateu com muito perigo, mas a bola foi por cima da meta de Magrão. Foi um começo animado em campo. Aos seis, Eduardo Ramos arriscou de fora da área, e Tutti defendeu com segurança. Apesar da correria, um jogo leal até ali, poucas faltas. O primeiro amarelo saiu aos nove minutos, para Luiz Eduardo.

Aos 11, um lance incrível. O goleiro Tutti agradeceu a trave, literalmente. Ciro recebeu na entrada da área, ganhou na velocidade dos zagueiros, e finalizou no cantinho direito do goleiro tricolor, mas a bola bateu no poste. No rebote, o centroavante Dairo chutou e acertou a mesma trave, no mesmo lugar. No minuto seguinte, outra chance perdida pelo Sport. Novamente com Ciro, que mandou nas redes pelo lado de fora. O volume de jogos dos rubro-negros só fazia crescer, quando o meia Eduardo Ramos sentiu o tornozelo direito. Voltou mancando, já com Ricardinho aquecendo para substituí-lo. "Vou tentar, professor", disse o meia na beira do gramado, para o técnico rubro-negro. E continuou, como dos melhores em campo.

O Santa só voltou a assustar aos 15, num chute de fora da área de Luiz Eduardo, que foi pra fora. Depois, num escanteio, finalmente um silêncio na torcida rubro-negra, quando Joelson escorou de cabeça e por pouco não abriu o placar. O atacante, marcado por Zé Antônio, sequer pulou para cabecear com perigo. Um pouco apagado nos primeiros minutos do clássico, Brasão só apareceu de fato aos 20, quando ganhou na força e só foi parado com falta. César foi advertido no lance. Na cobrança Alysson bateu muito mal. Aos 34, num contra-ataque bem armado, o Santa voltou a assustar, num chute cruzado de Brasão. Crescendo em campo, o Tricolor começou a igualar as ações no gramado, e dois minutos depois foi a vez de Elvis ter uma grande chance, numa bomba do meio da rua.

Mas a ducha de água fria no Santa não demorou muito para acontecer. Aos 40, numa belíssima tabela com Dutra, Ciro bateu de primeira, rasteiro, e abriu o placar. Na comemoração, o atacante leonino, artilheiro da competição com 12 gols, imitou o "Hulk" de Brasão. Ciro negou o fato. Sem problema. Valeu a festa da torcida rubro-negra.

Os dois times voltaram sem mudanças no segundo tempo. Nos vestiários, muita conversa. Aos tricolores, a chance de igualar (ou até mesmo virar) o placar. No Sport, Givanildo foi claro: era preciso ampliar. Com 1 minuto, e um chute para fora, Dutra procurou obedecer o técnico. Aos 3, Tobi perdeu um gol incrível, numa cabeçada por cima, dentro da pequena área. Apesar das chances de gol, o Sport voltou marcando mais na etapa final. Pelo menos no número de faltas, maior. E aos 4, como ninguém derrubou Elvis, o tricolor avançou bem pelo lado esquerdo e mandou no ângulo, mas Magrão defendeu. Quatro minutos depois, já com Ciro mancando em campo, o Sport quase sofreu o empate, num chute perigosíssimo de Brasão. Magrão espalmou para escanteio.

Mas Brasão não pôde fazer mais nada. Aos 15, o atacante foi expulso ao derrubar Eduardo Ramos, que avançava sozinho num contra-ataque. Assim, os dois destaques deixaram o jogo. Aos 30, com o jogo bem nervoso aquela altura, o Sport teve uma falta frontal. Julio Cesar bateu, a barreira abriu e Tutti quase aceitou um frangaço. O Sport sacramentou a vitória aos 41 minutos, numa cobrança de pênalti, depois que Luiz Eduardo segurou Leandrão. Na cobrança, Eduardo Ramos fez 2 x 0.

2 Sport

Magrão; Igor, César e Tobi; Júlio César, Daniel Paulista, Zé Antônio, Eduardo Ramos e Dutra; Ciro (Leandão) e Dairo (Everton Felipe). Técnico: Givanildo Oliveira

0 Santa Cruz

Tutti; Wellington, Luiz Eduardo, Alysson e Marcos Mendes; Leo, Goiano, Edson Miolo (Souza) e Elvis; Joelson e Brasão. Técnico: Dado Cavalcanti

Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Nielson Nogueira Dias. Assistentes: Luciano Cruz e Albert Júnior. Gols: Ciro e Eduardo Ramos (S). Cartão vermelho: Brasão (SC). Cartões amarelos: César, Igor e Ciro (S); Goiano, Alysson, Brasão e Luiz Eduardo (SC). Público: 22.009 torcedores. Reenda: não divulgada.

Por Cássio Zirpoli, para o DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR