quarta-feira, 31 de março de 2010

Economia para pagar juros é a menor para um mês de fevereiro desde 2001

No mês passado, superávit primário totalizou R$ 859 milhões.
Estados e municípios foram os únicos que tiveram superávit.

A economia feita pelo setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) para pagar os juros da dívida pública somou R$ 859 milhões em fevereiro deste ano, o que representa o resultado mais baixo, para este mês, desde o início da série histórica do Banco Central, em 2001.

O resultado primário (antes do pagamento dos juros da dívida pública) foi positivo em fevereiro somente por conta dos estados e municípios. Isso porque o governo registrou um déficit de R$ 701 milhões e as empresas estatais apresentaram um resultado negativo de R$ 1,58 bilhão. Os estados e municípios, por sua vez, tiveram um superávit primário de R$ 3,1 bilhões no mês passado.

Razão do baixo superávit

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o resultado de fevereiro, embora superavitário, não foi muito favorável. Ele explicou que o superávit foi baixo por conta do pagamento de "royalties" a estados e municípios, assim como pelas transferências constitucionais feitas a estes entes.

"Por isso [royalties e transferências], tivemos um resultado favorável [superávit de R$ 3,1 bilhões] dos estados e municípios. O resultado ruim das estatais federais aconteceu por conta da distribuição de dividendos", disse ele. Para os próximos meses, Lopes afirmou que o resultado tende a melhorar devido à recuperação esperada na arrecadação de tributos.

Bimestre e acumulado em 12 meses

No primeiro bimestre deste ano, porém, o superávit primário foi bem maior por conta do resultado positivo de R$ 16,1 bilhões em janeiro. No bimestre, a economia feita para pagar juros da dívida púbica somou R$ 17,04 bilhões, ou 3,26% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses até fevereiro, totalizou R$ 70,6 bilhões, ou 2,21% do PIB. A meta para todo este ano é de 3,3% do PIB.

Dívida pública

Com o fraco superávit primário de fevereiro, a dívida líquida do setor público apresentou elevação para R$ 1,34 trilhão, ou 42,1% do PIB. Em janeiro, a dívida estava em R$ 1,31 trilhão, ou 41,6% do PIB.

Altamir Lopes, do BC, informou, que se espera uma redução da relação dívida/PIB para 40% do PIB no fechamento de 2010. "Cumprida a meta de 3,3% do PIB [de superávit primário estabelecida para este ano] e considerando os parâmetros de mercado para câmbio e juros, esperamos uma relação de 40% do PIB no fim do ano. Estaria mantida a tendência de queda. Esse que é um dado importante", disse ele.
Alexandro Martello Do G1, em Brasília

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