Petrobras e PDVSA, enfim, fecham acordo de refinaria
Acabou a novela. A Petrobras anunciou ontem que concluiu "com êxito" as negociações com a PDVSA para construção e operação da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial Portuário de Suape. As conversas arrastavam-se desde 2005.Os detalhes do acordo não foram revelados, sabe-se apenas que Petrobras terá participação de 60% e, a petroleira venezuelana, 40%.
O empreendimento está orçado em R$ 23 bilhões e deverá entrar em operação em 2011.Em nota, a Petrobras afirmou que as duas empresas agora "darão andamento aos procedimentos formais para constituição da sociedade no Brasil", lembrando que a refinaria "é um importante projeto para a integração energética sulamericana".
A Abreu e Lima terá capacidade para processar 230 mil barris diários de petróleo. O negócio com a PDVSA prevê que metade desse óleo será brasileiro, oriundo da Bacia de Campos (RJ), e a outra metade venezuelano, da bacia do Orinoco.
O acordo entre Petrobras e PDVSA foi firmado em Caracas, na Venezuela, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva àquele país. O que vinha emperrando as negociações era a insistência da PDVSA em estabelecer o seu preço para o petróleo a ser refinado, dispensando as cotações internacionais. A estatal venezuelana também queria comercializar sua parte da produção nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
O principal produto da Abreu e Lima será o diesel com baixo teor de enxofre.Em entrevistas recentes, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, já afirmava que a PDVSA havia aceitado as regras brasileiras de comercialização, sem no entanto, detalhá-las. Segundo ele, uma consultoria contratada pelas duas empresas está atualizando a parte do investimento que cabe à PDVSA no período de janeiro a agosto de 2009. Até dezembro de 2008, a fatura era de US$ 400 milhões.
O valor final será a soma das duas faturas.De acordo com último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Refinaria Abreu e Lima está com 19,5% de execução.
A terraplenagem, obra de R$ 448 milhões executada desdesetembro de 2007 pelo consórcio liderado pela Odebrecht, está 90% de execução e deve ser concluída em março de 2010.
Foi justamente essa parte do empreendimento que foi questionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por indícios de irregularidades. A Petrobras nega qualquer irregularidade em seus contratos.Além da terraplenagem, já foi iniciada a construção da casa de força, das edificações, tanques e estação e tratamento de água. Falta agora assinar os contratos das unidades de destilação atmosférica, hidrotratamento e geração de hidrogênio, que precisaram ser relicitados. A expectativa é a de que o contrato definitivo entre Petrobras e PDVSA seja assinado no dia 18 de dezembro, em Pernambuco, com a presença do presidente Lula e de seu colega venezuelano, Hugo Chávez. (M.B.)
Fonte DP
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